Catástrofe no Rio Grande do Sul: com qual deus um ateu deve reclamar?
"Quem é ateu/ e viu milagres como eu...".
"Quem é ateu/ e viu milagres como eu...".
Na semana passada o Pulitzer, um dos prêmios mais importantes dos Estados Unidos, anunciou seus vencedores. A mexicana Cristina Rivera Garza levou a categoria Memórias ou Autobiografia por conta de "O Invencível Verão de Liliana".
Uma manhã em que demos uma olhada na cara do Guaíba e depois fomos até o Mercado Municipal. Tomei cerveja antes do almoço, depois mandei um pastel de charque - parecia algo meio típico. Entre um corredor e outro avistei o escritor Michel Laub. Preferi não importunar, ainda não nos conhecíamos...
Outro dia a escritora Paula Maria me convidou para responder uma pergunta: Qual a relação entre os exercícios do corpo e da palavra?
Foram os reis que arrastaram pedras para construir Tebas? Para onde foram os pedreiros depois que a muralha da China ficou pronta? Alexandre estava sozinho quando saiu por aí para conquistar meio mundo?
"Essa é a vontade de Deus... Deus me mostrou sua vontade", diz o suposto portador da palavra divina num momento de "Como Pedra".
Não pretendia escrever sobre o esdrúxulo caso Tio Paulo. É deprimente ver como uma cena fúnebre se espalhou como chacota pelas redes. A perversidade e a violência andam tão banalizadas que não nos chocamos com mais nada. Todo horror vira meme.
Das muitas efemérides relacionadas ao tema, o Dia Mundial do Livro mexe comigo. A explicação é simples: Miguel de Cervantes, central na minha história, é um dos responsáveis pela data escolhida para a celebração. Tanto a morte do autor de "Dom Quixote" quanto a de Shakespeare rondam o dia 23 de...
A pessoa vê o filme ou ouve alguém falar bem do livro. Se interessa pela história e resolve ir atrás de sua versão literária. Compra um exemplar pela internet. Dias depois, enfim começa a leitura. Catapimba! Dá com a fuça no estilo de José Saramago.
"A quem você procura? Procuro o meu irmão".
Luis Fernando Verissimo, na sala de sua casa, acompanha uma reportagem na televisão sobre o seu aniversário de 80 anos. No final da matéria, alguém recita palavras melosas atribuídas ao escritor. Ele olha desconfiado.
"Me peguei aqui pensando naquele tempo em que vivíamos grudados. Você era mesmo um companheirão. Lembro de como ri quando você me mostrou o desenho do Pedro Alvares Cabral de touca. Sempre admirei sua leveza e seu humor, Maluquinho, um jeito bonito de levar a vida. Não é por acaso que você virou o...
Um livro a respeito da alma humana certamente merecia uma capa também humana, como se as palavras sobre o espírito pudessem estar abraçadas por um corpo.
O golpe militar de 1964 completa 60 anos. Há muitos motivos para lamentar. Motivos do passado e do presente. Ou de um passado que jamais passou. É triste ver o governo Lula se acovardar e proibir atos sobre a data nefasta. 2024 e os civis ainda precisam baixar a cabeça para milicos? Pelo visto, sim.
Ao escrever sobre "Cem Anos de Solidão", romance que pegou para ler com desconfiança mas que acabou por lhe encantar, a escritora italiana Natalia Ginzburg fala sobre o impacto da literatura. "Os verdadeiros romances podem milagrosamente nos devolver o amor pela vida". O texto está em "Não me...
Mohamed Mbougar Sarr é um escritor senegalês de 33 anos que vive na França. O seu "A Mais Recôndita Memória dos Homens" lhe valeu o Goncourt de 2021 e vem colecionando elogios no Brasil desde o ano passado, quando chegou pela Fósforo com tradução de Diogo Cardoso. Diante do romance, é legítimo que...
E hoje, você é feliz?
Mais de mil ingressos foram vendidos para o derradeiro dia. Queriam descobrir o que lhes aguardava no zoológico humano, lugar que reunia umas pessoas de traços, costumes e línguas diferentes, mas capazes de atos extremamente sofisticados.
"Nossa vida é isto: tentar fazer literatura, sim, mas também falar dela, pois falar dela significa mantê-la viva, e enquanto ela for viva a nossa vida, mesmo inútil, mesmo tragicamente cômica e insignificante, não estará perdida de todo".
Após Airton Souza ler um trecho de "Outono de Carne Estranha", romance vencedor do Prêmio Sesc de 2023, na casa do Sesc em Paraty durante a Flip, a coisa ficou esquisita. Logo começou a circular que diretores da instituição não gostaram de ouvir a cena de sexo entre dois garimpeiros.